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‘Eu tenho fome de crescer todo dia, de dar o meu melhor’

Com uma voz calma e revelando detalhes da sua vida, Fernando Quintão, supervisor de manutenção do Grupo Mauá, recebeu o Sinal Verde para um bate-papo. Ao longo dos seus 29 anos, muitas histórias e desafios fizeram dele uma pessoa com determinação.

O garoto, que começou a trabalhar aos oito anos de idade, vendendo doces para ajudar no orçamento de casa, não tinha perspectiva de um futuro melhor. “Com 14 anos, eu lavava carros, depois montei uma banca de frutas”, conta relembrando que nunca foi fácil.

Apesar das dificuldades, Fernando conciliava trabalho e estudos. “Já com 19 anos comecei a trabalhar como balconista em uma loja de doces, e pedi autorização para sair mais cedo a fim de completar o Ensino Médio. Foi aí que veio aquele estalo e percebi que eu precisava de uma profissão”, revela.
A trajetória até seu primeiro curso técnico parece roteiro de filme. Quando se deu conta de que precisava se profissionalizar, Quintão pediu para ser demitido da loja de doces para pegar o valor da rescisão mais o auxílio desemprego e investir em uma formação. Mas por questões burocráticas, o valor ficou retido e o desejado curso de solda, à época, ficou apenas na vontade.

A VOLTA POR CIMA

Fernando se viu então obrigado a voltar a trabalhar. Atuou como ajudante de pedreiro enquanto aguardava resolver a questão do auxílio. Foi durante uma conversa com amigos, que ele descobriu os cursos profissionalizantes gratuitos do Instituto JCA e resolveu participar do processo seletivo. “Depois do prazo que me deram, liguei para saber se eu tinha passado, e quando a resposta foi positiva, fiquei tão feliz que larguei o gancho do orelhão e comecei a pular comemorando: ‘Eu passei! Eu passei!’”, relembra com orgulho. A partir daí, a vida de Quintão começou a mudar. Sua dedicação e empenho o levaram à conclusão do curso de mecânico e indicação para entrar no mercado de trabalho.

Após passar por empresas do segmento de transporte rodoviário, além de ter trabalhado por dez anos na Mercedes-Benz, onde também foi assessor frotista, Quintão tem um discurso muito prático quanto ao universo profissional. Segundo ele, cada passo em sua carreira foi fundamental para evoluir e avançar. “Quando eu era ajudante, foi o momento em que aprendi a profissão. Aproveitei para estar ao lado dos profissionais mecânicos que tinham muito a ensinar e valeu a pena”, explica.

Com mais de 50 cursos no currículo e uma vontade de evoluir constantemente, o engenheiro mecânico destaca que o foco no desenvolvimento profissional foi fundamental para evoluir na carreira. “Eu tenho essa fome de crescer todo dia, de ser melhor, dar o meu melhor em tudo o que eu faço. A pessoa não pode pensar em salário para crescer, tem que pensar em desenvolvimento profissional”, detalha.

Resultados – Tanta experiência e conhecimento começou a refletir em resultado no Grupo Mauá. Após quatro meses de acompanhamento na frota da Auto Viação ABC, uma das empresas do grupo, Fernando e a equipe conseguiram melhorar os índices de manutenção. Um deles é o de quebra por quilômetro. “Ninguém faz nada sozinho. O que deu certo foi a gente começar a envolver mais a equipe. E desta forma, permitir que os colaboradores também tragam ideias e soluções”, explica.

Após maior participação dos colaboradores, uma mudança começou a ser implantada para a otimização de tempo e melhoria da frota. “Agora, quando um carro vem de belga, a gente aproveita o tempo que este carro está parado na oficina realizando o reparo, para fazer um check list, contemplando os itens críticos identificados pela equipe nas análises dos resultados dos indicadores da manutenção. Então em vez de focar apenas na manutenção corretiva, há também um esforço maior para a manutenção preventiva”, destaca.

Quintão explica também que, após essa análise, se houver tempo de realizar os reparos e a disponibilidade das peças no estoque, o serviço é feito no ato. Caso não seja possível, o veículo entra na programação para ser realizado no turno da noite ou no final de semana. “Isso contribuiu para reduzir o índice de quebra por quilômetro, além de evitar problemas críticos devido às análises e avaliações constantes das necessidades de manutenção. Essa busca por melhoria é contínua”, finaliza.

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